Há mais de 180 anos que os alemães iniciaram a imigração ao Brasil. E na bagagem, além de poucos pertences trouxeram hábitos e receitas que podemos provar hoje em algumas cidades como Pomerode, Blumenau, Santa Cruz do Sul e Campos do Jordão, por exemplo.

Eu fico muito contente de ver como estas receitas se fixaram e se adaptaram neste país cheio de sabor, cor e aroma. É fácil de ver a técnica da receita misturada com os ingredientes brasileiros. Eu celebro isso!
Acredito que o principal desafio era cultivar e adaptar as receitas a oferta de novos produtos, sofrendo assim algumas alterações. Hoje esta evolução faz parte da culinária brasileira listando, por exemplo, o marreco recheado, joelho à pururuca, truta com pinhão, rocambole de maçã (Apfelstrudel), o leitão assado, a batata recheada, o macarrão caseiro (Spätzle), o peixe em conserva (Rollmops), as diversas cucas com frutas ou cremes, as ricas tortas como a Floresta Negra e Torta Alemã, diversos tipos de linguiças e salsichas como Bock, Weiss e lingüiça tipo Blumenau, etc….

E claro, não podemos nos esquecer da cerveja que é a bebida nacional do Brasil. Com o crescimento gastronômico houve uma valorização da lei de pureza fazendo surgir novas marcas e a degustação virou alvo da gastronomia. Encontramos hoje muitas ofertas e diversos sabores de cerveja no Brasil.
Com a tradição a culinária dos imigrantes alemães no Brasil manteve-se ligada a preparações de receitas que carregam nata, manteiga, bacon, carne de porco, muitos miúdos, queijos, conservas, embutidos, etc., pois era o tipo de alimentação típica para o clima alemão: frio rigoroso com pouco sol.
Algumas receitas sofreram adaptação com o clima no Brasil que ofereceu ingredientes leves, a exemplo das cucas que receberam outras frutas além das maçãs e cerejas, como bananas, carambola, abacaxi, pêssego, coco, etc.

Hoje com a evolução da gastronomia no Brasil todas as culturas de imigrantes estão sofrendo transformações e redefinindo suas receitas, além dos pratos tradicionais citados acima o cliente pode optar hoje pelas novas criações como bolinho de batata em crosta de tapioca com farofa de bacon, molho de ervilha, panqueca fria com salmão defumado ou filé Schwarzwald – bife da floresta negra com molho de ervas e aspargo branco.

Nas minhas produções, eu gosto de usar, por exemplo: lingüiça cozida no chucrute, tulipa de pato, maçã verde caramelada com alfavaca, waffles alemães com sorvete ao molho de quentão, mini-barreado de galeto e feno, filé de linguado ao molho de cerveja, entre outras.
Podemos afirmar, contudo que a cozinha brasileira está evoluindo e entrando no mercado internacional levando seus ingredientes e carregando a influência dos imigrantes.
Abraços,